A chegada da aposentadoria marca uma fase de transição significativa na vida de milhões de brasileiros. Ao mesmo tempo em que se conquista mais tempo livre, surge a responsabilidade de _preservar a saúde_ e equilibrar os custos com cuidados médicos.
Este artigo explora dados demográficos, desafios do sistema de saúde, importância do autocuidado na terceira idade e estratégias práticas para garantir bem-estar e economia durante essa nova etapa.
O Brasil tem acompanhado uma trajetória acelerada no aumento da população idosa. Em 1950, havia apenas 2 milhões de pessoas com mais de 60 anos; em 2000, esse número passou para 13,9 milhões. Projeta-se que, até 2025, o país conte com cerca de 31,8 milhões de idosos, posicionando-se como a sexta maior população idosa do mundo.
Esse crescimento gera pressões diretas sobre o Sistema Único de Saúde (SUS) e o regime previdenciário. A cada década, surge a necessidade de planejar políticas públicas e pessoais que unam saúde e sustentabilidade financeira.
Internações de idosos no SUS custam em média 30% a mais do que em adultos de 25 a 59 anos. Essa sobrecarga se deve à maior prevalência de doenças crônicas e degenerativas, como distúrbios osteomusculares, circulatórios e transtornos mentais e comportamentais.
Estima-se que o SUS precisará de mais de R$ 100 bilhões nos próximos dez anos apenas para adaptar-se ao tratamento prolongado de condições crônicas. Sem intervenções preventivas, esses gastos tendem a crescer exponencialmente.
Além do SUS, muitos aposentados optam por planos privados. Em fevereiro de 2025, o Brasil registrou 52,2 milhões de beneficiários de planos médicos e 34,5 milhões em planos odontológicos, com maior concentração em São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.
A aposentadoria representa uma oportunidade única para adotar hábitos mais saudáveis, promovendo autonomia e controle sobre a própria saúde. O autocuidado envolve ações de prevenção, controle e enfrentamento de problemas, reduzindo agravamentos e a necessidade de tratamentos caros.
Para implementar um plano de autocuidado eficiente, considere:
Essas práticas são fundamentais para a adoção de um estilo de vida mais saudável e podem reduzir drasticamente o risco de internações.
O equilíbrio entre o número de trabalhadores ativos e idosos impacta diretamente a viabilidade financeira da aposentadoria. Atualmente, existem 4,3 trabalhadores para cada idoso; em duas décadas, essa relação cairá para 2,4.
Esses números reforçam a necessidade de estratégias de saúde que limitem despesas e prolonguem a funcionalidade durante mais tempo.
A Atenção Primária à Saúde (APS) é a porta de entrada do SUS e fundamental para integrar serviços e garantir cuidados contínuos. Investir em equipes de saúde da família, melhorar a cobertura e a qualidade dos atendimentos são medidas essenciais.
Com a APS fortalecida, é possível alcançar a integração de serviços centrados na pessoa, prevenindo doenças crônicas e reduzindo internações hospitalares futuras.
Além disso, a APS promove vacinação, acompanhamento de hipertensão, diabetes e outras condições, garantindo um monitoramento próximo e reduzindo urgências inesperadas.
Embora o SUS seja o alicerce do sistema público, os planos de saúde podem complementar a assistência e oferecer maior agilidade no atendimento.
No entanto, é fundamental analisar cobertura, carências e reajustes por faixa etária. Um plano bem planejado pode ser um grande aliado para a garantia de atendimento mais ágil e eficiente.
Para evitar surpresas orçamentárias, o planejamento financeiro deve incluir previsões de gastos com saúde. Considere:
Combinar economia doméstica com investimentos moderados e uma reserva específica para saúde amplia a segurança e reduz a necessidade de endividamento.
A aposentadoria é um momento de celebração e liberdade, mas também exige consciência para manter a qualidade de vida. Ao adotar práticas de autocuidado, aproveitar a Atenção Primária, avaliar planos suplementares e planejar financeiramente, é possível viver essa fase com saúde, autonomia e prevenção de doenças crônico-degenerativas, minimizando custos e maximizando bem-estar.
Referências