Em maio de 2025, os alimentos registraram inflação de alimentos em maio de 7,33% em relação ao ano anterior. Essa alta continua a pressionar famílias de todo o país, elevando o custo da cesta básica para uma média de R$ 850, equivalente a 56% do salário mínimo vigente de R$ 1.508. Dentro da divisão de despesas de quem recebe um salário mínimo, alimentação representa cerca de 23%, ou seja, R$ 349,14 mensais. Com esses números, gastos necessários para uma alimentação balanceada tornam-se quase inalcançáveis para a parcela majoritária da população.
A projeção de inflação de alimentos para o final de 2025 é de 6,8%, com tendência de queda para 3,5% em 2026. Esse cenário reflete um desafio constante, já que a recomendação de gastos para uma dieta saudável não ultrapassar 21,87% do orçamento demandaria renda de R$ 1.976 mensais por pessoa. Mais de 70% dos brasileiros recebem abaixo desse valor, o que cria uma real desconexão entre custos e renda, forçando escolhas alimentares menos nutritivas e impactando a segurança alimentar.
Além disso, a alta dos alimentos aprofunda desigualdades sociais e restringe o acesso a opções mais saudáveis. Com moradia e contas básicas consumindo quase metade da renda, muitas famílias recorrem a produtos ultraprocessados, que embora mais baratos, carecem de valor nutricional. Nesse contexto, conhecer o cenário macroeconômico é o primeiro passo para estabelecer estratégias práticas que reduzam o impacto no bolso sem abrir mão da qualidade.
Em 2025, alguns itens se destacam pela expressiva alta de preços. Entre os principais estão:
Os principais fatores que contribuíram para essas altas incluem condições climáticas adversas, variações cambiais que encarecem insumos importados, demanda externa elevada para exportação de grãos e carnes, além do aumento no custo de combustíveis, que eleva o valor do transporte.
Para enfrentar essa realidade, é fundamental adotar métodos que unam saúde e economia. O planejamento e controle de compras se mostra indispensável para evitar gastos desnecessários, enquanto o aproveitamento integral dos alimentos amplia o rendimento das receitas. Da mesma forma, priorize alimentos in natura e minimamente processados e invista em preparações caseiras para reduzir custos e evitar ingredientes industrializados.
Um dos passos iniciais é criar um cardápio semanal que considere promoções e produtos da estação. Com uma lista de compras detalhada, elimina-se a impulsividade e reduz-se a necessidade de idas frequentes ao mercado, economizando tempo e dinheiro. Aplicativos de comparação de preços podem indicar o melhor local para cada produto, enquanto compras em feiras livres costumam oferecer valores mais atrativos.
Ao transformar sobras e partes descartadas em novas refeições, você adiciona nutrientes e sabor sem aumentar o gasto. Sucos feitos com cascas de fruta, bolos de talos ou caldos de legumes aproveitam integralmente o alimento e reduzem o desperdício. Essas práticas demandam criatividade, mas geram economia significativa no final do mês.
Outra estratégia eficiente é explorar substituições inteligentes e econômicas sempre que itens de alto custo estiverem muito caros. Feijões, lentilhas e grão-de-bico são alternativas proteicas acessíveis, enquanto ovos oferecem proteína de qualidade por um preço moderado. A sazonalidade das frutas e legumes também deve guiar as escolhas: opte por produtos locais e da estação para obter frescor e preço baixo.
Organizar compras em conjunto, seja com vizinhos, amigos ou familiares, pode reduzir o valor pago por quilo ao adquirir alimentos em atacado. Essa prática de compras coletivas com vizinhos ou familiares exige coordenação, mas resulta em descontos relevantes em produtos básicos.
Para dar ainda mais flexibilidade ao orçamento, veja algumas sugestões de substituições e dicas adicionais: quando o arroz estiver muito caro, experimente preparar risotos com farelo de aveia; troque o leite de vaca por versões de soja ou amêndoas caseiras; utilize temperos frescos cultivados em hortas caseiras para reduzir o custo de ervas compradas em pacotes. Além disso, investir em potes herméticos e técnicas de congelamento prolonga a vida útil de proteínas e hortaliças.
A crise de preços evidencia a urgência de políticas que ampliem o poder de compra das famílias de renda mais baixa. Com o salário mínimo defasado, o Brasil enfrenta altos índices de insegurança alimentar, onde 70% da população não consegue manter uma rotina alimentar considerada adequada. A criação de subsídios para alimentos básicos, programas de alimentação escolar robustos e incentivo a hortas comunitárias são medidas que podem gerar impactos diretos na redução da fome.
Ao mesmo tempo, conscientizar a sociedade sobre a importância de escolhas alimentares equilibradas e apoiar iniciativas locais fortalece o tecido comunitário. Pequenas hortas urbanas, cooperativas e feiras solidárias aproximam o consumidor do produtor, gerando benefício mútuo e fomentando a economia local.
Em um cenário de custos elevados, adotar práticas conscientes de consumo é mais do que economizar: é cuidar de saúde, meio ambiente e economia doméstica. Por meio do planejamento estratégico e aproveitamento integral, você pode garantir refeições nutritivas sem comprometer o orçamento. Comece hoje mesmo a implementar essas estratégias e colha benefícios duradouros para seu bolso e bem-estar.
Referências