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Gastos com Alimentação: Coma Bem e Gaste Menos com Essas Estratégias

Gastos com Alimentação: Coma Bem e Gaste Menos com Essas Estratégias

31/07/2025 - 20:41
Fabio Henrique
Gastos com Alimentação: Coma Bem e Gaste Menos com Essas Estratégias

Em maio de 2025, os alimentos registraram inflação de alimentos em maio de 7,33% em relação ao ano anterior. Essa alta continua a pressionar famílias de todo o país, elevando o custo da cesta básica para uma média de R$ 850, equivalente a 56% do salário mínimo vigente de R$ 1.508. Dentro da divisão de despesas de quem recebe um salário mínimo, alimentação representa cerca de 23%, ou seja, R$ 349,14 mensais. Com esses números, gastos necessários para uma alimentação balanceada tornam-se quase inalcançáveis para a parcela majoritária da população.

O panorama da inflação e do orçamento familiar

A projeção de inflação de alimentos para o final de 2025 é de 6,8%, com tendência de queda para 3,5% em 2026. Esse cenário reflete um desafio constante, já que a recomendação de gastos para uma dieta saudável não ultrapassar 21,87% do orçamento demandaria renda de R$ 1.976 mensais por pessoa. Mais de 70% dos brasileiros recebem abaixo desse valor, o que cria uma real desconexão entre custos e renda, forçando escolhas alimentares menos nutritivas e impactando a segurança alimentar.

Além disso, a alta dos alimentos aprofunda desigualdades sociais e restringe o acesso a opções mais saudáveis. Com moradia e contas básicas consumindo quase metade da renda, muitas famílias recorrem a produtos ultraprocessados, que embora mais baratos, carecem de valor nutricional. Nesse contexto, conhecer o cenário macroeconômico é o primeiro passo para estabelecer estratégias práticas que reduzam o impacto no bolso sem abrir mão da qualidade.

Principais vilões da alta de preços

Em 2025, alguns itens se destacam pela expressiva alta de preços. Entre os principais estão:

  • Café
  • Carnes bovinas
  • Leite e derivados
  • Açúcar
  • Arroz
  • Óleo de soja
  • Frutas cítricas

Os principais fatores que contribuíram para essas altas incluem condições climáticas adversas, variações cambiais que encarecem insumos importados, demanda externa elevada para exportação de grãos e carnes, além do aumento no custo de combustíveis, que eleva o valor do transporte.

Estratégias para comer bem gastando menos

Para enfrentar essa realidade, é fundamental adotar métodos que unam saúde e economia. O planejamento e controle de compras se mostra indispensável para evitar gastos desnecessários, enquanto o aproveitamento integral dos alimentos amplia o rendimento das receitas. Da mesma forma, priorize alimentos in natura e minimamente processados e invista em preparações caseiras para reduzir custos e evitar ingredientes industrializados.

  • Elaborar lista de compras com cardápio semanal
  • Comparar preços em diferentes estabelecimentos
  • Aproveitar cascas, talos e folhas em receitas
  • Substituir carnes por leguminosas e ovos
  • Cozinhar grande parte das refeições em casa
  • Armazenar corretamente para evitar perdas

Um dos passos iniciais é criar um cardápio semanal que considere promoções e produtos da estação. Com uma lista de compras detalhada, elimina-se a impulsividade e reduz-se a necessidade de idas frequentes ao mercado, economizando tempo e dinheiro. Aplicativos de comparação de preços podem indicar o melhor local para cada produto, enquanto compras em feiras livres costumam oferecer valores mais atrativos.

Ao transformar sobras e partes descartadas em novas refeições, você adiciona nutrientes e sabor sem aumentar o gasto. Sucos feitos com cascas de fruta, bolos de talos ou caldos de legumes aproveitam integralmente o alimento e reduzem o desperdício. Essas práticas demandam criatividade, mas geram economia significativa no final do mês.

Outra estratégia eficiente é explorar substituições inteligentes e econômicas sempre que itens de alto custo estiverem muito caros. Feijões, lentilhas e grão-de-bico são alternativas proteicas acessíveis, enquanto ovos oferecem proteína de qualidade por um preço moderado. A sazonalidade das frutas e legumes também deve guiar as escolhas: opte por produtos locais e da estação para obter frescor e preço baixo.

Organizar compras em conjunto, seja com vizinhos, amigos ou familiares, pode reduzir o valor pago por quilo ao adquirir alimentos em atacado. Essa prática de compras coletivas com vizinhos ou familiares exige coordenação, mas resulta em descontos relevantes em produtos básicos.

Dicas extras e substituições inteligentes

Para dar ainda mais flexibilidade ao orçamento, veja algumas sugestões de substituições e dicas adicionais: quando o arroz estiver muito caro, experimente preparar risotos com farelo de aveia; troque o leite de vaca por versões de soja ou amêndoas caseiras; utilize temperos frescos cultivados em hortas caseiras para reduzir o custo de ervas compradas em pacotes. Além disso, investir em potes herméticos e técnicas de congelamento prolonga a vida útil de proteínas e hortaliças.

Considerações sobre políticas públicas e desigualdade alimentar

A crise de preços evidencia a urgência de políticas que ampliem o poder de compra das famílias de renda mais baixa. Com o salário mínimo defasado, o Brasil enfrenta altos índices de insegurança alimentar, onde 70% da população não consegue manter uma rotina alimentar considerada adequada. A criação de subsídios para alimentos básicos, programas de alimentação escolar robustos e incentivo a hortas comunitárias são medidas que podem gerar impactos diretos na redução da fome.

Ao mesmo tempo, conscientizar a sociedade sobre a importância de escolhas alimentares equilibradas e apoiar iniciativas locais fortalece o tecido comunitário. Pequenas hortas urbanas, cooperativas e feiras solidárias aproximam o consumidor do produtor, gerando benefício mútuo e fomentando a economia local.

Conclusão

Em um cenário de custos elevados, adotar práticas conscientes de consumo é mais do que economizar: é cuidar de saúde, meio ambiente e economia doméstica. Por meio do planejamento estratégico e aproveitamento integral, você pode garantir refeições nutritivas sem comprometer o orçamento. Comece hoje mesmo a implementar essas estratégias e colha benefícios duradouros para seu bolso e bem-estar.

Fabio Henrique

Sobre o Autor: Fabio Henrique

Fabio Henrique