O mercado de capitais oferece diversas ferramentas para que empresas possam financiar suas operações e projetos. O follow-on é uma dessas oportunidades, permitindo que companhias já listadas em bolsa realizem uma oferta pública subsequente de ações para atender objetivos estratégicos. Neste artigo, vamos explorar em detalhes como esse processo funciona, quais são seus impactos para investidores e dicas práticas para acompanhar e participar de uma operação desse tipo.
O follow-on é um mecanismo de captação de recursos em que uma empresa que já possui ações negociadas no mercado emite novas ações para investidores. Diferente do IPO (Oferta Pública Inicial), no qual a companhia abre seu capital pela primeira vez, o follow-on envolve a emissão de novas ações pela companhia com o objetivo de financiar iniciativas já em andamento ou expandir atividades.
Geralmente, as empresas recorrem ao follow-on para fortalecer seu caixa, refinanciar dívidas ou sustentar fases de crescimento acelerado. Para conduzir essa operação, é necessário obter aprovações internas e regulatórias, além de elaborar um prospecto detalhado para orientar o mercado.
Existem duas modalidades principais de follow-on, cada uma atendendo a propósitos distintos:
As principais razões pelas quais uma empresa opta por um follow-on incluem:
Além disso, um follow-on bem-sucedido pode sinalizar confiança da administração no potencial de crescimento, fortalecendo a imagem da empresa no mercado.
Realizar um follow-on envolve diversas etapas rigorosas, que podem ser resumidas da seguinte forma:
A emissão de novas ações pode provocar diluição acionária e volatilidade no mercado, pois o número total de papéis em circulação aumenta. Para equilibrar esse efeito, as companhias garantem aos acionistas atuais o direito de subscrição das novas ações, preservando seu percentual de participação se exercerem essa prerrogativa.
Caso o investidor decida não subscrever, pode negociar seus direitos no mercado, monetizando o benefício sem comprar novas ações.
Embora o follow-on ofereça diversas vantagens, existem riscos a serem considerados:
Portanto, é fundamental avaliar se o valuation e as perspectivas de crescimento justificam a nova emissão.
No Brasil, o follow-on é bastante utilizado em setores como energia, bancos e infraestrutura. Em períodos de juros baixos e mercados aquecidos, a captação via ações costuma superar dezenas de bilhões de reais anualmente.
Investidores estrangeiros aumentam sua participação quando há previsibilidade econômica e estabilidade política, tornando o ambiente mais favorável para esse tipo de operação.
Para quem já possui ações e deseja aproveitar um follow-on, considere as seguintes orientações:
O follow-on representa uma excelente alternativa para empresas que desejam captar recursos sem recorrer exclusivamente ao endividamento bancário. Com um planejamento bem estruturado e comunicação transparente, é possível atrair investidores, aumentar a liquidez das ações e apoiar projetos estratégicos.
Para o investidor, compreender cada etapa do processo e exercer seus direitos de forma informada é fundamental para potencializar ganhos e mitigar riscos. Assim, tanto empresas quanto acionistas podem sair fortalecidos com uma operação bem conduzida.